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Sest Senat faz memória da cultura de Sergipe com exposição Sururu

De vendedor de picolé a um dos artistas plásticos mais renomados do Estado, Edidelson Silva ganha espaço no Sest Senat e mantém vivas as tradições de Sergipe

Com o objetivo de valorizar os artistas de Sergipe e proporcionar uma experiência cultural aos visitantes, colaboradores e alunos do Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Sest Senat), a unidade de Aracaju recebeu a exposição itinerante “Sururu”, do artista plástico Edidelson Silva. O trabalho apresenta um retrato das mulheres que dependem da coleta de mariscos nos manguezais de Nossa Senhora do Socorro (SE) e estará disponível para apreciação até terça-feira (23). 

O diretor do Sest Senat, Gerson Santos, revela que o incentivo à cultura faz parte do papel social do Sest Senat, que já conta com um painel do artista em azulejo. Ele também pontua que a chegada desse novo trabalho é uma forma de reconhecer a história de Sergipe.

“É uma satisfação receber a exposição Sururu nas instalações da nossa unidade. No mesmo espaço onde acontece a visitação, também existe um painel em azulejaria que retrata a evolução cultural do transporte no Estado. Essa conexão entre arte, história e identidade cultural reforça nosso compromisso em preservar as memórias do povo de Sergipe”, afirma Gerson.

A exposição da obra, apresentada em oito telas de 40 x 40 cm, também esteve no Shopping Prêmio, situado em Nossa Senhora do Socorro, e no Instituto Federal de Sergipe (IFS) do município. Para transformar a atividade das catadoras em um recorte artístico fiel e atento aos detalhes, Edidelson resgatou suas lembranças de infância. O artista catava mariscos com as irmãs para garantir o sustento da família.

“Esse trabalho nasceu do desejo de homenagear as mulheres que realizam sua jornada de trabalho nos mangues, ao mesmo tempo em que concretiza uma crítica social relacionada à redução dos mangues, que representa, muitas vezes, o único sustento de várias famílias. A exposição Sururu carrega, em cada traço marcado pela tinta e pelo pincel, uma parte da minha história ”, frisa Edidelson.

O artista complementa, ressaltando que, “na década de 80, havia muitos manguezais entre os bairros Santos Dumont e Bugio. Minha mãe saía para trabalhar lavando roupa e, para ajudá-la financeiramente, recorremos aos mangues. Esse é o sabor afetivo que eu escolhi trazer para as telas, fazendo com que as pessoas se sintam imersas nessa atividade econômica essencial para muitos”.

Edidelson e o setor de transporte 

Com o desejo de viver da arte, Edidelson resolveu trazer a história e as tradições de Sergipe para o centro das suas obras, incluindo a essencialidade do serviço de transporte público. A produção artística do sergipano ocupa hoje diferentes espaços públicos e institucionais da capital.

Foi em 1983 que tudo começou. Na exposição do “Salão dos Novos Artistas”, Edidelson foi um dos 12 artistas plásticos classificados entre 46 concorrentes, sendo premiado pela Galeria de Artes Álvaro Santos. A partir daí, abandonou outras possibilidades de sustento e decidiu dedicar-se integralmente à arte.

Há mais de três décadas, contidas em cerca de 42 anos de carreira, Edidelson  retrata a mobilidade urbana e o setor de transporte em suas obras.  Além das ilustrações que realiza semanalmente para Federação das Empresas de Transporte de Passageiros de Alagoas e Sergipe (Fetralse), alguns quadros do artista também compõem o design interno da federação.

No Sest Senat não é diferente. Além da exposição, quem visita o local logo direciona o olhar para o painel instalado no hall de recepção. A arte em azulejo demonstra o desenvolvimento do transporte público junto à trajetória histórica de outros modais, tendo como plano de fundo elementos que marcam a identidade visual da capital sergipana.

Além de artista plástico, Edidelson também é conhecido por realizar caricaturas de personalidades e autoridades do Estado e pelas críticas sociais bem-humoradas presentes em suas charges.


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